Nesta sexta-feira, a ONU comemora o Dia Mundial da Água,
criado há mais de 20 anos para celebrar e discutir a importância da água na vida
do planeta. No Brasil, a abundância do recurso no território, com cerca de 13%
de toda a água potável do mundo, pode até dar a sensação de que se trata de
algo que nunca vai acabar, mas a água é finita. O professor Carlos Tucci, que
comanda o Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, alerta que a escassez da água é um problema mais próximo do que
parece.
"Apesar do
excesso de água em nosso território, sofremos com a falta da água potável no
país. Pode ser uma falta quantitativa, quando não existe água suficiente no
território - como no sertão nordestino - ou qualitativa - quando, apesar de
existir a água, ela está poluída", explica Tucci. Neste último caso está
enquadrada a cidade de São Paulo.
"A região
metropolitana paulista usou quase todos os recursos próximos e poluiu o
restante. Dessa forma, as opções são buscar água cada vez mais distante, o que
torna o custo maior, ou melhorar a gestão dos recursos disponíveis, como o
reuso de água por meio da rede de saneamento", explica o professor. Apesar
dos problemas localizados, a geografia privilegiada do Brasil faz com que o
país não tenha índices maiores de problemas com escassez de água.
Quanto ao resto do
mundo, não se pode estipular uma data na qual a água potável acabaria, pois o
recurso varia em cada país. "A disponibilidade e o consumo da água potável
mudam de acordo com a região. Atualmente, utilizamos 70% de toda água de boa
qualidade disponível no globo para a agricultura, 20% para a indústria, e 10%
para consumo humano. Pode parecer que não falta água, mas em um futuro próximo
isso pode se tornar um problema sério", afirma o professor.
O futuro pode estar
mais perto do que se imagina. Segundo os últimos relatórios de Desenvolvimento
Humano da ONU, publicados entre 2006 e 2011, se o consumo de água potável
continuar da forma que está, países africanos e asiáticos sofrerão com uma
grave escassez de água já em 2025, que afetaria cerca de 5,5 bilhões de
pessoas.
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