terça-feira, 14 de maio de 2013

No Dia Mundial da Água, conheça os problemas do recurso no Brasil e dicas de como evitar o desperdício


Nesta sexta-feira, a ONU comemora o Dia Mundial da Água, criado há mais de 20 anos para celebrar e discutir a importância da água na vida do planeta. No Brasil, a abundância do recurso no território, com cerca de 13% de toda a água potável do mundo, pode até dar a sensação de que se trata de algo que nunca vai acabar, mas a água é finita. O professor Carlos Tucci, que comanda o Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, alerta que a escassez da água é um problema mais próximo do que parece.

 "Apesar do excesso de água em nosso território, sofremos com a falta da água potável no país. Pode ser uma falta quantitativa, quando não existe água suficiente no território - como no sertão nordestino - ou qualitativa - quando, apesar de existir a água, ela está poluída", explica Tucci. Neste último caso está enquadrada a cidade de São Paulo.



 "A região metropolitana paulista usou quase todos os recursos próximos e poluiu o restante. Dessa forma, as opções são buscar água cada vez mais distante, o que torna o custo maior, ou melhorar a gestão dos recursos disponíveis, como o reuso de água por meio da rede de saneamento", explica o professor. Apesar dos problemas localizados, a geografia privilegiada do Brasil faz com que o país não tenha índices maiores de problemas com escassez de água.

 Quanto ao resto do mundo, não se pode estipular uma data na qual a água potável acabaria, pois o recurso varia em cada país. "A disponibilidade e o consumo da água potável mudam de acordo com a região. Atualmente, utilizamos 70% de toda água de boa qualidade disponível no globo para a agricultura, 20% para a indústria, e 10% para consumo humano. Pode parecer que não falta água, mas em um futuro próximo isso pode se tornar um problema sério", afirma o professor.

 O futuro pode estar mais perto do que se imagina. Segundo os últimos relatórios de Desenvolvimento Humano da ONU, publicados entre 2006 e 2011, se o consumo de água potável continuar da forma que está, países africanos e asiáticos sofrerão com uma grave escassez de água já em 2025, que afetaria cerca de 5,5 bilhões de pessoas.


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